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São Paulo, São Paulo, Brazil
Prevista é um projeto psicopedagógico preventivo com o objetivo de pensar a Educação de modo geral, assim como atualizar e discutir problemas e distúrbios de aprendizagem escolar. Coordenação: Ms. Elisa Maria Pitombo, mestre em Psicologia, Psicopedagoga, docente no Instituto Sedes Sapientiae, Integrantes: Helena Raymundo - Psicopedagoga e Psicodramatista, Roseli Gomes de Sousa - Psicóloga e Psicopedagoga.

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domingo, 21 de abril de 2013

Falando sobre o Autismo...



Beatriz Stucchi fala sobre o Autismo e nos leva a refletir com delicadeza sobre o que nos faz seres únicos.

 Fico sempre intrigada com datas marcadas! Pensei sobre o fato: Dia do Autismo.
Talvez muitos tenham essa ideia bem clara, ou seja, qual a importância dessa formalização?
Remeti-me a varias outras datas assim marcadas no calendário: Dia da Mentira, Dia do Ano Novo, Dia de Santo Antonio, São Judas Tadeu,  Dia dos Namorados,Dia das Crianças e uma mais recente Dia dos Avôs!
Serão apenas datas comerciais, ou religiosas, sem nenhum proveito mais profundo na vida afetiva de cada um de nós?
Hoje penso que elas têm sua função! Ou várias funções!
Podemos falar do tema que elas nos propõem. No caso em questão: O Dia do Autismo.
Escolhi a palavra “falar”, porque ela é diferente de pensar! Pensamos em muitas coisas, algumas partilhamos, outras quase queremos esconder de nós mesmos, quanto mais poder falar delas, falar com alguém.
 Mas quando falamos, vamos tendo outra dimensão do nosso próprio pensamento. Ele pode se modificar, abruptamente ou devagarinho! Mas sempre amplia nossa “cabeça” e nosso “coração”!
Não sou uma especialista na questão do Autismo, mas estou conectada de diferentes formas com essa questão intrigante! E como temos dificuldades em abordar o autismo, quer como pais, como professores, médicos, terapeutas...
Entre tantos textos publicados esses dias, graças ao Dia do Autismo, um deles trouxe uma frase alvissareira:
“Quando se tem filhos deficientes, é preciso suportar ouvir muita bobagem” Jean Luis Fournier.
Bobagens que machucam..., bobagens de quem quer ajudar..., como saber?
Essa frase me chamou atenção, pois é com os pais e todos os “substitutos” dos mesmos que estamos falando.
O que essas crianças têm?  Vocês só dizem o que elas não têm! – Indagação valiosa de Teresa Campello.
O que se passa com algumas de nossas crianças que podem ser assim classificadas?
O próprio Krammer, quem denominou esse quadro, nos fala sobre as “fascinantes particularidades” das crianças que cuidou.
Elas têm um modo de “estar no mundo” singular, estabelecendo contatos à sua maneira.
Podemos pensar mais nas diferenças, não por apontar deficiências, mas por trazer à memória, a árdua tarefa de nos tornarmos “humanos” – no sentido nobre que esse termo ainda possa ter... E o enorme esforço que cada um de nós faz para se “alfabetizar” para a vida, tal como a concebemos hoje. Precisamos saber que todos nós precisamos de ajuda para nos “civilizarmos”, ou seja, para aprendermos a viver juntos, o que devemos respeitar, o que não podemos fazer, enfim, as regras do jogo. Alguns de nós temos mais facilidade, outros nem tanto...
Há diferenças genéticas em todos nós, mas estão comprovando componentes genéticos na chamada Síndrome de Autismo.  Há estudos que nos auxilia, como Marie Christine Laznick, que já pôs em uso critérios de diagnostico precoce, com muitos caminhos de intervenção.   
Ponto de polêmicos debates atuais, em termos individuais e de políticas de saúde publica, aparece nos meios de comunicação, atualmente.
Todos somos corresponsáveis por cada um de nós, e vivemos juntos!  Como saber o que fazer?
De toda forma preciso é estar disposto a enfrentar o novo, e aceitar ficar com as perguntas sem querer ter a resposta rápida e exata. Saber discernir o que são “bobagens “ que escutamos, levar em consideração o que sentimos e pensamos,  e não sucumbir com o que nos dizem : amigos, autoridades, inimigos, livros, propagandas...
Considero que é preciso coragem para encarar as diferenças, ainda mais nos dias de hoje.  Como fazer para lidar com o diferente de nós?
Lidando primeiro com cada um de nós. Como cada um de nós aceita suas próprias diferenças? 
Sofrer é inevitável, sofremos no mais intimo de nosso ser.  “Cada um sabe a dor e a alegria de ser quem se é.” Letra de Caetano Veloso. Que também nos diz: “De perto ninguém é normal”.
Há muitas maneiras de falar do sofrimento, mas serão sempre limitadas para conter o que se vive na convivência com essas crianças que nos interrogam, surpreendem e fascinam
Mas essas crianças consideradas  autistas, que relutam bravamente a entrar no nosso” jogo de cultura”  nos intrigam, nos desafiam, nos questionam.  Tiram-nos de nossas “falsas” certezas, nos fazem rever todas as crenças e nos estimulam a encontrar caminhos novos...
Convocam-nos a abrir caminhos, o que não é tarefa fácil, mas não podemos fechar caminhos...
Não podemos deixar de falar, de trocar nossas experiências, torná-las publicas para haver cumplicidade e transformação. Quanto mais convivermos com nossas crianças autistas, mais compreenderemos delas e de nós mesmos.
Pelo que brevemente comentei, voltando ao inicio da conversa para dizer:
Que importante é o Dia do Autismo!
Por conta dessa data voltei ao Livro :Autismo- Autores: Ana Elizabeth Cavalcante e Paulina S. Rocha- Ed.:Casa do Psicólogo-2007.-Coleção de Flavio Ferraz.
Para os que estão interessados em depoimentos sobre o tema Autismo, é uma boa conversa, não muito longa e bastante séria.
E para nos juntarmos aos desafios, lembrei o que o poeta já disse:
Caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar!

Beatriz Helena Peres Stucchi - Membro Associado da SBPSP - Docente do Departamento de Psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae .

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Neurocientistas consideram o livre-arbítrio um mito


Estudos em neurociências questionam a existência do livre-arbítrio como entendemos. A última edição da revista Galileu traz um artigo chamado "Você não está no comando" que trata sobre estudos que comprovariam que nossas decisões são tomadas por nosso cérebro antes mesmo de termos consciência delas. Ou seja, a carga genética e experiências acumuladas durante a vida levariam nosso cérebro a decidir frente a uma situação antes de que possamos conscientemente analisar as justificativas para tal decisão.

Seria como um "piloto automático", inacessível à consciência, que determinaria quais decisões tomaremos, mecanismo situado no hemisfério direito do cérebro. O hemisfério esquerdo seria então responsável por dar "sentido" às decisões, ou seja, a buscar as justificativas e razões que expliquem as escolhas que fizemos. Dessa forma, o conceito de "livre-arbítrio" estaria em questão, assim como, em última instância, nossa responsabilidade por nossas decisões.

As afirmações são controversas e outros estudiosos questionam sua validade, entre eles o filósofo americano Daniel Denett. Ele afirma que a história da humanidade apoia-se no fato do homem extrapolar a genética e os instintos por meio do desenvolvimento de uma tecnologia cultural - exatamente o que nos torna humanos. Este filósofo entende que a interpretação dos neurocientistas a partir dos estudos feitos é equivocada e que passar a ver nossas escolhas como algo sobre as quais não temos controle consciente é uma irresponsabilidade.

Se você quer saber mais a respeito deste palpitante assunto, leia o artigo da Revista Galileu do mês de abril/2013 na versão impressa ou um outro artigo relacionado ao assunto acessando o link abaixo:


e assista ao vídeo do filósofo Daniel Denett sobre o tema: