Fonte da imagem: http://blogs.elpais.com/vientos-de-brasil
Fenômeno discutido há alguns anos nos Estados Unidos e em outros países começa a chamar a atenção das faculdades brasileiras e exigir mudanças na maneira de lidar com os alunos - e com os pais.
Algumas faculdades passaram a instituir reuniões com os pais no início do ano letivo e, periodicamente, para discutir o desempenho acadêmico dos filhos. Aumenta o número de pais que levam os filhos à faculdade e querem acompanha-los, inclusive, nas entrevistas para o estágio profissional.
Com maior frequência entre as famílias das classes mais favorecidas, adultos que conquistaram boa posição social em virtude, muitas vezes, de seus esforços individuais parecem querer poupar os filhos do empenho e dos percalços que levaram eles próprios ao sucesso, sem perceber que muito de sua capacidade e competência se deveu, principalmente, às oportunidades que tiveram de resolver problemas, buscar soluções mais criativas e tomar decisões tendo de arcar com as consequências.
Muitos problemas de aprendizagem têm se relacionado com a pouca autonomia de crianças e jovens para assumir a responsabilidade pelos estudos e pelo gerenciamento de suas atividades escolares.
O livro da jornalista e editora americana Hara E. Marano "A nation of wimps" ("Uma nação de covardes", ainda sem tradução no Brasil) de 2008 chama a atenção para o fenômeno dos superpais nos Estados Unidos, alertando para o risco de se criar uma geração de pessoas enfraquecidas.
Leia mais no artigo da Folha de São Paulo publicada no último domingo:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1606430-faculdade-faz-ate-reuniao-de-pais-contra-geracao-mimada.shtml
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- Equipe PREVISTA
- São Paulo, São Paulo, Brazil
- Prevista é um projeto psicopedagógico preventivo com o objetivo de pensar a Educação de modo geral, assim como atualizar e discutir problemas e distúrbios de aprendizagem escolar. Coordenação: Ms. Elisa Maria Pitombo, mestre em Psicologia, Psicopedagoga, docente no Instituto Sedes Sapientiae, Integrantes: Helena Raymundo - Psicopedagoga e Psicodramatista, Roseli Gomes de Sousa - Psicóloga e Psicopedagoga.
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terça-feira, 24 de março de 2015
terça-feira, 10 de março de 2015
Adeus a Alícia Fernandez
A Psicopedagogia, o mundo acadêmico, as crianças, os jovens e todos aqueles que acreditam na capacidade que o ser humano tem de aprender, perderam no último dia 28/fevereiro a grande estudiosa e psicopedagoga Argentina Alicia Fernandez.
Mas como ela própria nos dizia "eu não proponho, nem quero dirigir, só te posso acompanhar" e com a sua humildade nos deixa em seus escritos, livros e pensamentos, material que sempre nos acompanha em nossos processos de busca, de reflexões e de desenvolvimento. Dentre este legado, escolhemos um texto para compartilharmos com vocês, leitores do PREVISTA:
"À Mariana, a quem não pude conhecer todavia,
e a tantas outras crianças que, como ela,
sabem, ainda que não conheçam a verdade,
para que um dia tenhamos coragem
de devolver-lhes o conhecimento. "
1987
"À Mariana, a quem conheço com alegria,
e a tantos outros adolescentes que, como ela,
sabem- o saber pode tomar forma de poesia -
e que têm o valor de construir conhecimento,
devolvendo-nos parte de nossa história perdida.
Já chegou o dia...
1999
" Uma das razões que me levaram a escrever este livro ( A Inteligência Aprisionada) relaciona- se com minhas dificuldades para escrever.
Tenho muitas interpretações, algumas provavelmente certas, sobre esta dificuldade - medo de que se apossem do produto de meu trabalho ou que deixe de ser meu, que me destruam, julgando-me pelo que sinto e penso, de que me critiquem, que me ignorem, de que me tomem pelo que disse, ou pelo que concluam do que eu disse (como se eu fosse somente isso), de que vejam meus erros, de que notem como me é difícil escrever... poderia continuar mas prefiro colocá-las num espaço transicional, brincar com elas, crer e não crer (se somente acreditasse nunca poderia escrever), para dar a conhecer algo do que penso e faço com muita gente que estimo, e graças a muita gente, das quais sinto-me parte, como filha, como mãe e como irmã."
"A libertação da inteligência aprisionada somente poderá dar-se através do encontro com o perdido prazer de aprender. Por tal razão cremos que nossa principal tarefa com relação aos ensinantes-aprendentes é "ajudá-los a recuperar o prazer de aprender", e da mesma forma pretendemos, para nós mesmos, recuperar o prazer de trabalhar aprendendo e de aprender trabalhando".
Que Alícia Fernandez continue sendo a inspiração para que possamos fazer florescer em todos que cruzam nosso caminho a paixão pela aprendizagem.
Equipe PREVISTA
terça-feira, 3 de março de 2015
Parque do consumo
Fonte da imagem: http://outraspalavras.net/destaques/kidzania/
Chegou na cidade de São Paulo recentemente o Parque Kidzania, localizado na área interna do Shopping Eldorado.
Voltado para crianças entre 4 e 14 anos, o parque oferece o ambiente de uma cidade em escala infantil com diversos estabelecimentos de uma cidade real mas em
miniatura, onde a criança brincando poderá exercer algumas
atividades que os adultos normalmente fazem, como trabalhar e comprar produtos
e serviços.
A questão para a qual chama a atenção a psicóloga Lais
Fontenelle Pereira, especialista em criança, consumo e mídia, é a de que sob a alegação de ser um espaço educativo o
parque tem o objetivo declarado de criar nas crianças consumidores fiéis às
marcas que patrocinam as atividades e estão presentes nas brincadeiras
oferecidas.
O parque surgiu no México em 1990, está em mais de 15
cidades pelo mundo e seu fundador afirmou, em recente entrevista, que o
empreendimento é uma "potente plataforma para se criar lealdade às marcas
nessa sociedade de consumo".
Não é novidade que as empresas buscam expandir seus mercados
no público infantil, cada vez mais jovem - há pesquisas que mostram que à
partir de 1 ano uma criança já é bombardeada por diversas formas de propaganda
para consumir.
Se os pais não buscarem filtrar essa influência,
desenvolvendo a distinção entre desejo e necessidade, o espírito crítico e a
capacidade de adiar recompensas, crianças podem associar prazer e felicidade
quase que exclusivamente ao consumo, ao ter, crença que certamente favorece aos
que querem vender mas empobrece a infância e a
construção de uma relação mais humanizada com o mundo.
Quanto à aprendizagem, concordamos com a autora do artigo
que a convivência numa cidade real, com suas contradições, é o que desenvolverá
o entendimento de pertencimento à coletividade, de ser cidadão e de seu papel
no mundo. Além disso, trará progressivamente a aprendizagem da realidade, com
suas alegrias e mazelas e que cada um poderá
transformar.
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